Terapia, eis a questão: fazer ou não fazer?

por Idalino Almeida 

 

Conhecer-se melhor e compreender a psicodinâmica do inconsciente faz com que tomemos decisões mais acertadas e que soframos menos, além de contribuir para melhorar a autoestima, a autoconfiança etc.

Em uma terapia, as “conversas” não são conversas quaisquer, como as que se tem com um amigo ou parente. São diálogo-terapias, ou seja, conversas terapêuticas, que só são possíveis mediante a relação de confiança que se estabelece entre o Terapeuta e o Paciente, em que, com uma postura de acolhimento e escuta, o Profissional busca auxiliar o Paciente a refletir sobre sua própria vida, sem, no entanto, aconselhá-lo ou orientá-lo. O Profissional tem o papel de ajudar o Paciente a encontrar suas próprias respostas e fazer suas próprias escolhas, para que ele aprenda a tomar as decisões certas e ser responsável por elas.

O fato de ter para si a “posse” de uso daquele horário e local com um Profissional pronto para lhe assessorar, em que tem-se o direito de ser por inteiro, falar o que quiser, expor sua opinião, realmente é gratificante e o Terapeuta, como espelho, devolve-o como reflexo, levando o Cliente a ver as colocações que ele precisa refletir melhor. É como se, diante do Terapeuta, Psicanalista ou Psicólogo, o Cliente estivesse em um oásis refrigerando-se , onde pode refletir às tantas solicitações do dia-a-dia com mais segurança. Além de ser gratificante, é também, enriquecedor.

Fazer terapia é um investimento em nós mesmos. É, também, um direito e um dever que todo ser humano tem, mas nem todos têm essa consciência. Por que os mais inteligentes e intelectuais buscam a terapia como uma forma profilática?

Muitos ainda se questionam a validade da Terapia, confundindo com estado de loucura, ou de uma pessoa fraca, dizendo com orgulho: “eu não preciso de terapia”. Outros, ainda, quando procuram, o fazem porque estão com algum conflito em estado agudo, quando não está somatizado. Aí começa uma terapia  e quer resultados de imediato. Muitos, assim que vão melhorando, abandonam a terapia, ainda com o processo não concluído. Alguns ainda esperam que o Terapeuta seja mágico, que retire o sofrimento de forma rápida. Isso não existe. Se a doença está instalada, é porque houve alguma contravenção interna em seu psicológico. Portanto, o processo precisa ser revertido com mudanças, compreensão em seus pensamentos e atitudes etc. A Terapia é uma processo de parceria entre o Profissional e o Paciente, em que ambos desempenham papéis fundamentais.

Fazer terapia é olhar para si, é conhecer-se em sua mais profunda intimidade. É tirar proveito dos conteúdos, para resolver questões limitantes, que o impedem de seguir adiante. Fazer terapia é dar um salto qualitativo e transformar-se para melhor, aprendendo a ser uma pessoa muito mais sadia, feliz e consciente.